Ayrton Senna é um dos maiores nomes da história do automobilismo, tendo conquistado três títulos mundiais na Fórmula 1 antes de falecer tragicamente em um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, em 1994. Entre seus muitos fãs ao redor do mundo, havia um que se destacava: seu favorito, um homem que o acompanhava em todas as corridas e com quem tinha uma relação especial. Mas quem era ele? E por que seu telefone se tornou um objeto de culto entre os fãs de Senna?

O favorito de Ayrton Senna era Angelo Parrilla, um italiano que se mudou para o Brasil nos anos 1970 para trabalhar como mecânico na equipe de kart do piloto brasileiro, ainda adolescente. Parrilla se tornou uma figura fundamental na carreira de Senna, acompanhando-o em todas as suas corridas tanto no Brasil quanto no exterior, e ajudando-o a conquistar seus primeiros títulos no kartismo e, mais tarde, na Fórmula 3.

Não se sabe ao certo como surgiu o apelido favorito, mas acredita-se que tenha sido dado por Senna em reconhecimento à dedicação e lealdade de Parrilla, que o acompanhava em todas as horas, fosse para consertar o carro, cuidar dos pneus, ou apenas conversar e dar apoio emocional. Os dois se tornaram amigos próximos e tinham uma conexão especial, que Parrilla descreveu como quase telepática.

Parrilla continuou a trabalhar com Senna até sua morte prematura em 1994. Depois disso, ele se mudou para os Estados Unidos, onde abriu sua própria equipe de kart e continuou a trabalhar no automobilismo, mantendo sempre a memória de seu amigo e protegido. Foi nessa época que o telefone de Parrilla se tornou um objeto de culto entre os fãs de Senna.

O telefone em questão era um modelo Nokia 6110, que Parrilla usava para se comunicar com Senna durante as corridas, dando informações sobre o desempenho do carro, a estratégia da prova, ou apenas trocando palavras de incentivo. Depois da morte de Senna, o telefone ficou nas mãos de Parrilla, que o guardou como uma relíquia, um pedaço de história pessoal e profissional que lembrava seu amigo e todo o sucesso que tiveram juntos.

Mas aos poucos, o telefone começou a atrair a atenção dos fãs de Senna, que se interessavam pela vida pessoal e profissional do piloto e buscavam itens relacionados a ele como forma de homenagem e lembrança. Aos poucos, Parrilla passou a receber ligações, mensagens e emails de fãs pedindo para ver ou comprar o telefone, o que o surpreendeu e incomodou um pouco.

Parrilla nunca quis se desfazer do telefone, mas decidiu atender aos pedidos dos fãs de uma forma diferente. Em vez de vendê-lo ou mostrá-lo para todo mundo, ele decidiu criou uma espécie de clube do telefone, uma lista fechada de pessoas que podiam visitá-lo pessoalmente e apreciar o telefone em seu contexto original, ouvir histórias sobre Senna e Parrilla, e até mesmo fazer uma ligação ou mandar uma mensagem de texto para Parrilla, que atendia todos com simpatia e carinho.

Assim, o telefone de Angelo Parrilla se tornou um objeto de culto entre os fãs de Ayrton Senna, que reverenciam tanto o piloto quanto aqueles que estiveram ao seu lado durante sua trajetória brilhante e emocionante. É um exemplo de como um pequeno objeto pode ter um grande significado e como a memória de um ídolo pode conectar pessoas de diferentes partes do mundo, unindo-as em torno de uma paixão comum e eterna.